sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Breve histórico da Ikebana

Por Rumilda Fernandes    

Tudo leva a crer que seu berço foi a Índia. Conta a lenda, que ao perceber uma rosa caída em seu caminho, Buda a dispôs em um vaso, criando assim a prática de compor flores, que passou a ser uma forma de prática dos ensinamentos búdicos, inicialmente permitida apenas aos homens.

No ano de 592 DC, o Japão mantinha boas relações com a Coréia e o rei Pakché enviou um nobre para presentear o imperador japonês com uma lindíssima imagem de Buda e uma coleção de livros búdicos. O príncipe Shotoku Taishi, regente do Japão durante o reinado da imperatriz Suiko, apreciou muito a honraria e mandou edificar vários templos budistas, que se tornaram centros de cultura e arte.

Em 604, o príncipe Shotoku, enviou a primeira missão diplomática japonesa à China, chefiada por seu primo Ono-no-Imoko. Retornando ao Japão Ono-no-Imoko traz livros clássicos, obras de arte, ensinamentos sobre a Cerimônia do Chá e a Arte Floral, bem como um grupo de artistas e filósofos chineses, que implantaram na “terra das cerejeiras” uma variação do budismo original, o ZEN.

O Zen foi a força que praticamente modelou toda a cultura japonesa, dando-lhe pureza e simplicidade, características predominantes até nossos dias.


O que é a Ikebana?

A palavra ikebana, que significa “flores vivas”, é freqüentemente traduzida por arranjo floral. Essa tradução não corresponde nem à prática e nem ao sentimento esotérico da palavra, sendo mais acertada a expressão: “Vivificação Floral”.

O povo japonês elegeu a vivificação floral como sua arte favorita e esta vem se desenvolvendo, mudando e diversificando suas regras, mas conservando a característica de ser uma das mais puras manifestações do belo.

Essas composições atêm-se mais à beleza das linhas do que às formas e cores. São feitas a partir de galhos, que a incrível técnica do KADO, nome erudito da IKEBANA, consegue dispor em harmonia, como na natureza e quando vivificados ao lado de flores, belas pela sua forma e colorido, conseguimos destacar o conjunto.

Tão vigoroso é o amor à beleza das linhas e ao ensino do respeito à natureza, que sua assimilação e prática convergem para a formação de uma filosofia universal.

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